1 de abril de 2008

Frutinhas


Não é de hoje que as frutas são fruto de inspiração do frutífero imaginário artístico. Desde os primeiros ensaios de reprodução da famosa "natureza morta" em tela, laranjas, pêssegos e cajus passaram a figurar lindos e loiros em paredes nobres e plebes. A representatividade pop das frutoilas, no entanto, não podia estar mais no auge do que agora, quando o universo da música reconheceu a face sensual das coisinhas doces e azedas que nascem das árvores. Sensual? É... Seja lá por que cargas d'água, as danadinhas frutosas despertam uma conotação sexual; vide analogias com partes do corpo - genitais até! - em artes plásticas, instalações e performances do povo artista. Ai, a arte e sua abrangência; fazer o quê? O fato é que a MMPB (Música Muuuito Popular Brasileira) está toda serelepe na arte de misturar frutinhas pouco afrodisíacas com toda a delícia zenzual dos seus embalos. O rei Reginaldo Rossi já anunciava a poesia romântica em A raposa e as uvas. Mas de onde surgiu tão inesgotável fonte de criatividade frutal assim de repente? "Na tua boca eu viro fruta/chupa que é de uva" é sucesso nas paradas (até já surgiu a resposta: "senta que é de menta". Meldeeeusss!). Como a uva desceu de nível, não? Que dizer da maçã, antes poetizada por Raulzito ("quem gosta de maçã irá gostar de todas, porque todas são iguais")? A célebre Nega do Babado soltou, há alguns anos, a pérola tuti-frutti: "Vai me amar todinha, que hoje eu sou sua laranja e sinto o gosto da maçã". Hã? Não será surpresa ouvir as pessoas cantarolando o poder dos melões, a potência da banana e o volume da melancia. E pensar que a geração anterior só associava sensualidade a abraço, aperto de mão e beijo, na brincadeirinha Pêra-maçã-uva (com o advento da salada mista já virou putaria)...vai ver que tais pervertidinhos de outrora desenvolveram a tara e estão compondo a frutalhada podre que está dando nódoa por aí!

4 comentários:

Eduardo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eduardo disse...

Pois é Jornalista, no fim todas essas frutas nos remetem a nossa fase oral.
Seja de chupar, de comer, de introduzir (de falar sobre), a sacanagem não sai da boca.

E no decorrer do desenvolvimento caminha para outro orifícios.

Anônimo disse...

Menina, q absurdo eu ainda não ter comentado este post! Acho q gastei todo o meu latim no anterior... hehehehehehehehe

chero!!!

Renatinha disse...

Pervertidos! =***