25 de abril de 2008

Top secret


Quem não tem um segredo que atire a primeira mentira. Não há esse cristão. As condições de revelá-los ou calar-se, acumular aos montes os pecadinhos ou contabilizar poucos ajudam a desvendar facetas da personalidade obscura ou aberta da criatura, numa análise bem pobre e pessoal. Observar a forma como você cuida dos seus segredos pode provocar o auto-conhecimento. Mas perceber o comportamento alheio com os segredos é mesmo interessante! A começar por ver o conceito que as pessoas têm do que é segredo. Para alguns, dizer em voz alta que faz cocô é o pior dos castigos, a masmorra, a morte! Outros não ruborizam ao revelar bizarrices sexuais ou hábitos nojentos. Para deleite dos antropopsicofúteis de plantão, como eu, um amontoado dessa gente revela ao mundo sua sofrida condição de doentinha, na ausência de psiquiatra ou amigo confiável. Tudo isso no www.conteseusegredo.com.br/. Homens e mulheres que traem, desejos proibidos, pseudopuritanismo, trairagem entre amigos/parentes, insatisfações com o peso da parceira (putz, homem tem mania de exigir perfeição nas medidas femininas, enquanto ostentam seu bucho de chopp, peitinho 42 e joelhos e cotovelos acinzentados). Eis algumas pérolas (Psiu! Mas não digam que fui eu quem disse. E eu também nem digo que foi meu amigo Renato que me passou o endereço - e ficou horas conferindo, com fins profissionais, claro. Ninguém pode saber...):
* sic! geral, heim?


"Já imaginei transando com todas na minha classe, mas sou muito nerd para conseguir alguma coisa com elas... acho que o jeito é continuar pegando minha prima"

"Sou louca de apaixonada pelo meu ex. Olho o orkut dele todo dia, 5x por dia. Odeio a mocreia da namorada dele atual. Ele me confessou q ela tem problemas de suor, vive com a bunda fedida e manda ela passar a bucha debaixo do braço no banho. Desejo que ele NÃO seja feliz com ela! Pronto, falei!"

"Quero largar minha mulher, pois ela está muito gorda. Mas é boa de cama e cuida legal da casa. Que faço !!!"

"Tenho maior tesão vendo animais acasalando, alugo video, compro DVD, e assisto tudo. Sem falar em assistir de verdade, ai porra... fico louco"

"Um FDP me fechou no trânsito e ele estava com mais 2 amigos, eu fiquei calado e observei a placa, puxei o endereço do babaca pela net e descobri a casa dele, adquiri cadaverina e misturei com ácido butírico e entornei pela fresta da janela, o carro era do pai dele... mas foda-se... tiveram de vender...."

17 de abril de 2008

É namoro ou amizade?


Discussão batida, mais do mesmo, descoberta da pólvora, contudo me sinto inclinada a retomar. Tendo o Amigo X me perguntado, na condição de aconselhado, se eu acreditava na amizade entre homem e mulher solteiros, interessantes e afins, minha resposta foi afirmativa. Vacilante, mas afirmativa. Como poderia dizer que não se eu mesma tenho amigos tais? Mais livre do enredo que o fazia questionar, agora, pondero: não sou mais a romântica radical dos 15 anos. Uma vez perdida a inocência, já eram as ilusões gostosinhas. Sim, fui sincera com o rapaz, principalmente ao lembrar do meu querido compadre (o hetero, claro), cuja boca nunca beijei ou quis beijar e vice-versa. Foi amizade à primeira vista. E olhe que nos conhecemos aos 16 anos. Até hoje. Não teve embriaguez, lombra, carência, papo-putaria e situação-que-faz-o-ladrão pra botar maldade na gente. E eu o acho atraente, e ele me diz o mesmo (sei que não é por educação, pois adoramos sinceridades malvadinhas). Até nos divertimos com o fato, especulando como seria nossa experiência sexual: frustrante e risível, gargalhável. Devo concordar, todavia, que o caso é raro. As criaturas de sexos opostos só se tornam amigas se: 1)Pelo menos um dos dois é feio; 2)Pelo menos um dos dois é casado; 3) Já rolou e morgou; 4) Ainda não rolou o momento "eu não tô fazendo nada-você também". E pensando de tal forma, dá nojinho de como somos animais sentimentais ("me apego facilmente ao que desperta o meu 'desejúú'"). Pra não causar polêmica sexista mais uma vez, nem vou dizer que as mulheres são mais abertas (eita, piorou agora!) a relações não-carnais com los chicos. Falo por mim: tenho amigos sim, com os quais jamais me relacionei(aria). Puritanismo nada! Apenas não sou um bicho da espécie caiu-na-rede-é-peixe ou aquele deu-mole-eu-como. Para me aproximar de alguém não pergunto "por que não?", mas "por quê?". Não tem porquê suficientemente digno? eca, nem quero, ó! Para que se divertir com os errados (não que haja um certo, claro)? Com que intuito investir num sentimento marromeno ou que você sabe claramente que é admiração propositadamente travestida de interesse (carência; olha ela!)? Já os boys (ou boa parte deles) dificilmente deixam de enxergar peito e bunda na amiguinha se ela é passável. Pior: tratam absurdamente bem, viram ombros aparadores de lágrimas ambulantes, despejam elogios e o "bora marcar mesmo" é de verdade! Caso vejam que não têm chance ou tenha rolado e, porventura, acabado, cadê o amigo? A amizade do peito se transforma em "bom dia". Como descreveu muito bem o post de uma amiga recentemente, eles podem estar querendo aparecer, brincar de "nem te ligo", fazendo charminho (e quem não liga mesmo é você, pois "a única gostosa aqui sou eu!" Mandamento feminino!). Ou - acredito nessa hipótese muitas vezes - os pobrezinhos não sabem mesmo como lidar com uma amiga que já viu o seu bilau. Sei lá! Vai ver têm vergonha, medo de amiga querer romance de novo ou falta de vocabulário próprio de ex-futuros-amores. Mais uma da série Mulheres pensam branco, homens preto/mulheres escolhem par, homens ímpar!...E, se eles desconhecem, vão procurar professoras no campo hostil (as rapariguinhas, fúteis ou do mal que costumam adorar). Afinal, melhor perder os amigos do que a piada, certo?

8 de abril de 2008

STEP BY STEP


Não é novidade que os New Kids On The Block estão de volta. Nem que eu era fã ao extremo da boy band. E nem que minha idade me condena, claro, mas não vem ao caso. A graça de observar o retorno daqueles que foram objetos de desejo adolescente da década de 90 não é só comparar a evolução (ou involução) dos cinco rapazes do Step by Step, mas perceber, nesse fato, as mudanças de gosto, concepções de beleza e talento, sensualidade e topetes, sim senhor. Impressionante como las femmes achavam o topetudos o máximo. Devo diz que eu tinha discos, pôsters, revistas e um documentário enorme cujas falas eu sabia decoradas, além da gravação deles no Rock'n'Rio. Lembrando que eu chorava e muito ao vê-los; me arrepiava, fantasiava (ai, Joe!) e tinha vontade de matar todas as girls (sim, de 10 palavras que cantavam, 11 eram "girl") dos clipes. Já meu digníssimo irmãozinho os chamava de viados e rasgava os pôsters em cada briga nossa. Se os amigos anônimos sempre fizeram parte dos posts deste meu bloguinho marromeno, convidei-os (sem os nomes, pra variar - e essa história sempre sobra pra mim, que levo fama de tudo quanto é história malassombrada!) pra opinar sobre os NKOTB. As meninas foram unânimes ao se confessarem caidinhas pelos "novos garotos no pedaço". Já os rapazes...vale registro. Entre 15 entrevistados, algumas respostas:
Fulano, 32 anos: "Uma merda. Bando de viadinhos";
Beltrano, 28: "Não era tão ligado em música, mas admito que soltava uns refrõezinhos";
Ciclano, 28: "Eles tiveram seu papel...mas eu não ouvia muito".
Coisinha, 25: "Achava massa, maior ritmo. Não sabia ainda o que era bom...Ei, sigilo com meu nome, viu?"
Amigo X, 31: "Uma grande bosta. Muito ruins e viados".

A verdade é que eles até tinham despeito e uma pontinha de ciúme das meninas da época, mas que os cantores eram meio esquisitinhos não se duvida. Outro dia, com um amigo tb ex-fã, cantarolávamos os hits newkídicos quando percebemos que Jordan era uma bicha louca, sempre com seus falsetes estridentes; Joseph era uma criança (uma linda criança...aaaaai), uma menininha talvez pelo rostinho angelical - pura pedofilia; Jonathan, um mamão, e ainda podre; Donny era um mala-tarado-maconheiro-sem-vergonha no melhor estilo I wanna be James Dean, mas com jeito de latin-lover drogadito; e Danny um macaco - simplesmente um macaco feio, triste e mudo. Acho que deram uma melhorada vestindo seu figurino "trabalho numa firma e sou pai de família, sério, hetero e não-viciado". E, pra economizar no New Wave, capaz de segurar qualquer topete e ainda dar brilhinho, aderiram ao corte ratadinho-mamãe-matou-os-piolhos. Eu continuo ficando com Joe...mas só depois de ouví-lo no Please, don't go girl e verificar se ao menos engrossou a voz!

3 de abril de 2008

Barbie Face


nome: Suphya Duloren

relacionamento: aberta

idade: 17

idiomas que falo: alemão, francês e inglês (mas não português)

interesses no orkut: no orkut é mais caro.

quem sou eu: Dessas mulheres que só dizem sim.

orientação sexual: bi/trans

fumo: levo vários.

bebe: loucamente.

atividades: pornografia.

pariceira: Solene e Estéfane

paixões: sem paixões nem beijo na boca.

livros: Blíblia.

filmes: todos nos quais atuo.

cozinhas: e tb nos banheiros e quartos.

cidade natal: Av. Conselheiro Aguiar.

página web: http://www.taaz.com/

***
Acessem e se transformem. É como brincar de Barbie Face, sendo que a face é sua e com maquiagem boa! =D

1 de abril de 2008

Frutinhas


Não é de hoje que as frutas são fruto de inspiração do frutífero imaginário artístico. Desde os primeiros ensaios de reprodução da famosa "natureza morta" em tela, laranjas, pêssegos e cajus passaram a figurar lindos e loiros em paredes nobres e plebes. A representatividade pop das frutoilas, no entanto, não podia estar mais no auge do que agora, quando o universo da música reconheceu a face sensual das coisinhas doces e azedas que nascem das árvores. Sensual? É... Seja lá por que cargas d'água, as danadinhas frutosas despertam uma conotação sexual; vide analogias com partes do corpo - genitais até! - em artes plásticas, instalações e performances do povo artista. Ai, a arte e sua abrangência; fazer o quê? O fato é que a MMPB (Música Muuuito Popular Brasileira) está toda serelepe na arte de misturar frutinhas pouco afrodisíacas com toda a delícia zenzual dos seus embalos. O rei Reginaldo Rossi já anunciava a poesia romântica em A raposa e as uvas. Mas de onde surgiu tão inesgotável fonte de criatividade frutal assim de repente? "Na tua boca eu viro fruta/chupa que é de uva" é sucesso nas paradas (até já surgiu a resposta: "senta que é de menta". Meldeeeusss!). Como a uva desceu de nível, não? Que dizer da maçã, antes poetizada por Raulzito ("quem gosta de maçã irá gostar de todas, porque todas são iguais")? A célebre Nega do Babado soltou, há alguns anos, a pérola tuti-frutti: "Vai me amar todinha, que hoje eu sou sua laranja e sinto o gosto da maçã". Hã? Não será surpresa ouvir as pessoas cantarolando o poder dos melões, a potência da banana e o volume da melancia. E pensar que a geração anterior só associava sensualidade a abraço, aperto de mão e beijo, na brincadeirinha Pêra-maçã-uva (com o advento da salada mista já virou putaria)...vai ver que tais pervertidinhos de outrora desenvolveram a tara e estão compondo a frutalhada podre que está dando nódoa por aí!