15 de março de 2008
...se só te restasse um dia?
Apocalipse, profecias, teorias fatalistas e coisas nostradâmicas em geral sempre me fascinaram. E nem só de leituras, telinhas e telonas meu imaginário se alimentou por tanto tempo. Muitos sonhos do tipo "fim do mundo"; muita coisa pra acreditar no "depois do fim". Crenças e impressões à parte - com o aval de Clara Nunes e Paulinho Moska, entre tantas vozes que cantaram minhas certezas -, depois de uma tarde de fila das Americanas, botecos e butucas, ressurge pela quadragésima vez a questão: "o que você faria se só te restasse este dia?". Pode soar piegas ou a pqp toda, mas a resposta à perguntinha de Moska revela muito sobre a criatura. Materialistas, bitolados, céticos, revoltados, covardes, confiantes, religiosos, espiritualistas, certos, errados. Difícil resistir aos rótulos, inda mais mediante o que taí na nossa cara: tudo acontece aparentemente cada vez mais rápido e ninguém parece preparado pro fim. Seja fim da carne, fim de ciclo, fim de mundo, fim de fase, game over, coisa e tal, as pessoas agem como se fossem eternas, como se tivessem todo o tempo do mundo e todo o mundo ao bel prazer do seu tempo. Sou do tipo fatalista não; muito menos pessimista. Mas gosto de viver cada dia como o último. Exagero, tá certo. Não pratico tudo o que penso diariamente, mas ao menos penso. Acho que já é um começo. Começo do fim? Fim do ensaio sobre a cegueira? Começo de lucidez? Ou viagem insólita, intergaláxica, lombra? Que seja. Ou não. O fato é que a gente tem que começar a pensar no fim pra fazer de cada dia o começo de tudo de bom que sonhamos e pretendemos; de botar fim no que nos faz mal; e de ir dicumforça, carga total, coragem e cara de pau nos planos, idéias, propostas, sugestões ou simples desejos. E, havendo ou não amanhã, pra gente, pros nossos ou pro mundo todo, sãos as realizações que vão ficar, e não os arranques estancados, as marchas-ré, as desistências, a preguiça e os tantos medos que nos impedem de...nos impedem.
The End
(hey ho/let's go!)
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8 comentários:
dá um pouquinho de medo... por isso ainda não comentei!
post ótimo, o que já é default nesse blog.
difícil acreditar no que é eterno, mas também difícil acreditar no que não é..
e pra não dar o game over eu vou usando cheat code =P
Um...
Lendo teu post jornalista, eu parei um pouquinho pra pensar sobre. E sabe uma coisa?
Cheguei a conclusão que o fim foi algo mais que presente e doloroso nessas poucas décadas minhas. Longe da dor que todos os fins me causaram, recentemente venho descobrindo que eles trazem consigo também os novos começos, me fazem ver que o caminho continua e que cada um tem o seu.
Obrigado por me lembrar disso também.
Bjão
Ai, Caco, tu sempre me faz derreter, até qdo é pra dar medinho do fim do mundo! hahahahahaa. Verdade, sei dos teus "fins", mas a idéia é essa mesmo: fim de ciclo. Apenas. E é tão bom começar seja lá o q for, né? Xero grande pra tu, sweet boy!
Paranóia, só comentou pq botei game over, né, nerdinha gostosa? Saudade de tu aqui, acolá e na real. =***
Vi, dá medo é da gente pensando as mesmas coisas nos mesmos momentos. Amor é isso. =***
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Poxa! Só eu pensei em sacanagem no último dia? Em pegar fulano e créuuuuuu, depois ligar pra o benzinho superdotado esquecido depois do casamento e créuuuuuuuuuuuuuuuu! Eu heim...
Sim, eu acredito q devemos nos renovar always, nos permitir começar do zero, recomeçar todos os dias...
Anonimo
sou eu mesmoooo
sabes,né?
Adoro qdo consigo identificar os anônimos! kkkkkkk. Xero, criatura querida!
Nobody, comentou via orkut, mas não merece ser apagado:
"Quando o Sol
Se derramar em toda sua essência
Desafiando o poder da ciência
Pra combater o mal
E o mar
Com suas águas bravias
Levar consigo o pó dos nossos dias
Vai ser um bom sinal
Os palácios vão desabar
Sob a força de um temporal
E os ventos vão sufocar o barulho infernal
Os homens vão se rebelar
Dessa farsa descomunal
Vai voltar tudo ao seu lugar
Afinal
Vai resplandecer
Uma chuva de prata do céu vai descer, la la la
O esplendor da mata vai renascer
E o ar de novo vai ser natural
Vai florir
Cada grande cidade o mato vai cobrir, ô, ô
Das ruínas um novo povo vai surgir
E vai cantar afinal
As pragas e as ervas daninhas
As armas e os homens de mal
Vão desaparecer nas cinzas de um carnaval"
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