12 de março de 2008

Juno


Estranho seria não chorar diante do filminho fofo que queria ver antes mesmo da estréia. Não é difícil me emocionar com as sutilezas da vida real, quiçá com as da sétima arte! Com rostos inchados, após a sessão, conversávamos sobre maternidade, bebês, aborto, abandono, casal, amorzinho, papapá. Falou-se em preparo, disposição e opção por ser mãe ou pai. Estranho como soa engraçado quando as pessoas se dizem despreparadas para a "função" de trazer ao mundo um ser humano. Sem discurso piegas, religião ou bandeiras, mas quem trata o fato de ter filhos como comprar um carro ou ir ao salão de beleza talvez não tenha idéia do quanto é transcedental a experiência. Gente que planeja tim-tim por tim-tim o dia, a hora, o local, o parceiro e até o sexo do bebê; gente que quer "aproveitar bastante a vida antes" pra depois pensar no caso; gente que não quer perder a barriga saradinha; gente que teme perder o amor do marido para a criança; gente que tem horror à idéia de cuidar de alguém pra sempre; gente que acha que pode salvar o casamento; gente que quer ter filho só porque todo mundo da idade já tem; gente que tem e despreza; gente que tem e se anula; gente que tem e recusa; gente que não tem por não querer ou por interromper o processo.
Não creio que saibam o que é receber beijinho estalado e carinho no rosto de mãos pequeninas; sentir que, de repente, possui mais de um coração; acordar depois de uma noite mal dormida com criaturinhas sorridentíssimas gritando "mamãe" ou "papai"; receber abraço de soninho e cabecinha no ombro; sorrisinhos de poucos dentes, olhinhos brilhantes e caretinhas; dancinhas, performances e gracejos; brincar de boneca, jogar bola e fazer castelinho de areia, como nos velhos tempos; dar banho de mangueira e picolé; saber que sempre há de onde vir e pra onde voltar.
Filho não é nosso nem para nós, mas, se nos foram confiados para que os ajudemos a se tornar pessoas de Bem, nada mais justo que aproveitar ao máximo a delícia de poder ter pertinho pequenas fontes de luz em casa, amor personificado em bonequinhos falantes, alegria nossa de cada dia. Feliz de quem sabe tê-los como plus de felicidade na vida, e não estorvo; ser mulher, ser homem, ser profissional, fazer planos...e ainda por cima dividir tudo isso com seres que são nosso elo com Deus, de tanto amor que nos dão e que fazem brotar de nós.
É, acho que não deve ser pra qualquer um, por merecimento, impossibilidade ou escolha. Mas deve ser triste não vivenciar o amor verdadeiro ao menos uma vez nesta vida tão louca e breve. Venham do ventre ou dos braços de outrem; venham da cegonha ou de herança. Filho faz qualquer coração de gelo derreter, de pedra se quebrar e de carne crescer.
Nesse amor eu acredito e também esse eu recomendo.

4 comentários:

Eduardo disse...

E tem mais o que comentar o q Jornalista?!!!!!
Lindo como sempre!!! Ahhhhhhhh, tenho que conhecer meus sobrinhos!! (veja q intimidade)
E brincar bem muito com eles!!!!
Filhos, filhos, não deve ter coisa melhor né? Quem sabe daqui a alguns anos eles não tenham a oportunidade de ler seus textos neh? rssss
Fiquei muito feliz com o texto e com a foto.
Não tem como não abrir um sorrisão vendo essas três figuras lindas.
Bjão

Anônimo disse...

E tem gente q ainda diz "quero TER um filho!". Filho vc não tem, vc traz ao mundo, apresenta à vida e orienta. Mas há gente doente o suficiente pra ver um novo ser como brinquedinho ou enfeite para a casa... O amor que dedicamos, a sensação de ter seu coração andando por aí fora do peito e a vontade de fazer desse mundo um lugar melhor, me faz ser mãe feliz de artuzinho.

Anônimo disse...

Coisa linda

Renatinha disse...

Caco, prometo q organizarei um programa bem massa pra tu deitar e rolar com os pimpolhos, visse? Eles é q vão adorar brincar com um cara tão-tão-tudo! Bjos, lindo

Vi, Arturzinho é meu aspirante a genro preferido, e a mãe dele me inspira tb. Adoro nossos programas com risasas, filhotes e, claro, cerveja ou vinho. =***

Carlos, brigada! Xero