27 de fevereiro de 2008

No more drama

Não precisava de muita cebola para fazê-lo chorar. Devia ser algo fisiológico, como os que têm o chamado intestino solto. Bastava vê-la para arquear as sobrancelhas, franzir o senho e fazer o bico; o rosto vermelho anunciava o chororô iminente. Ao telefone, a voz embargava no meio da conversa, muitas vezes encerrada com um "não posso mais falar, desculpe. tu-tu-tu-tu...". Nas mais freqüentes comunicações online, frases que, se Almodóvar conhecesse, o faria protagonista de seu próximo filme. "Você é suprema, te amo, jamais te esqueço"; "Está em tudo, no ar que eu respiro, naquela fotografia, nas páginas do livro". Carlão não era do tipo canalha, cachorrão, devorador de garotas boazinhas - ao menos era essa sua auto-imagem e também a dos que os cercavam. Mas ela, Clementine, mudara de conceito assim que caiu do altar construído pelo amado. Queda alta e lenta. Fizera-lhe promessas, juras, declarava-lhe sempre o seu amor, diretamente ou em textos publicados ou guardados. Clementine, ó pobre criatura, não podia esquecer tamanha pureza nos olhos do sensível homem que, embora dissesse venerá-la, mantinha-se distante, preferia a ausência. "Não estou num bom momento de vida; não quero estragar também a sua", repetia Carlão, num tom grave dos mocinhos de novela mexicana. Buscou a razão para tirar o véu do amor poético que ele lhe jogava dia a dia na alma, e descobriu um homem simples, um homenzinho, na verdade, tomado por tamanho complexo de inferioridade que necessitava alimentar corações apaixonados por ele. E a estratégia - consciente ou não - era o exagero, o deslumbre, a emoção que dizia conter, quando nem mesmo sentia. Clementine enxergou então que não passava de musa inspiradora, que Carlão curtia a rotina normal de um homenzinho - bebida, mulheres, futebol e um futuro incerto...bem verdadeiramente incerto, e sem ela, talvez sem ninguém especial, sem qualquer coisa. Caiu em si quando um amigo em comum revelou a ela tê-lo encontrado com outra no sambão, se acabando na cachaça, suado e sorridente...sem lágrimas ou cenho franzido. Clementine, como num despero de morte, desligou o telefone, vestiu uma roupa prática e correu ao estúdio. "Moço, é assim mesmo que quero, com essas letras, e bem grande...Isso, escreve aí no meu braço 'No more drama', assim mesmo". Nem sentiu as furadinhas dolorosas e saiu como fosse nova mulher. Uma mulher comum, sem altares e redomas, com seu destino tatuado no braço.

* Praquela que cedeu aos apelos dramáticos do menino, que a deixou tão logo vira reciprocidade; pra outra que deixou alguém por outro, que não teve coragem de deixar a outra; pra menina que descobriu que ser musa e lágrimas não enchem barriga; pra mim e pra todas as Clementines que exorcizaram seus Carlões *


Mary J. Blige - No more drama

23 de fevereiro de 2008

Sem medo do escuro


Impossível abrir mão de alguns vícios. De beber até que dá. Mas não de adorar analisar as personas, brincar de adentrar o íntimo de desconhecidos e "ver a vida com os olhos do coração". Noite recente, muitas garrafas esvaziando, e bem antes de começar a usufruir do líquido precioso, tornei-me vítima de uma senhora serelepe. Apesar de estarmos entre vários amigos (quase todos do sexo masculino), nem me incomodei com os olhares maliciosos típicos dos boys seqüelados de plantão tamanho foi o devorar daquela mulher pra cima de mim. Sem tirar os olhos do meu decote, da minha boca, ter me chamado de broto e de linda várias vezes, me senti quase "bulinada" inicialmente...mas percebi que o problema ali não era sexual, mas afetivo. Solidão. Depois de muito uísque, ela dera algumas pistas, e, claro, fiquei comovida. Precisava do mínimo de atenção, me tocava, me jurava amizade e me enchia de elogios, além de, claro, me oferecer os amiguinhos dela um a um. O olhar dela revelava o quanto era importante estar entre pessoas; o filho casara; era separada havia 10 anos. Como de costume, me transportei pra vida daquela mulher. Deu tanto medo que voltei rapidinho pro meu corpo: coração meio surradinho, mas quente de abraço. Talvez eu me transforme numa beberrona pegajosa no futuro; nunca se sabe. Porque, como ela, gosto de estar cercada por gente. Sempre. Mas não podem ser figurantes - amigos, amores, parentes, pessoas que se limitam ao superficial. Têm que somar, acrescentar, multiplicar, transcender e extrair de nós o melhor. E talvez seja essa uma das grandes maravilhas, por exemplo, da maternidade: a sensação de que nunca será só.
Dia seguinte, resolvi começar a rever os espisódios de Sex and the City, primeira temporada...Senti alívio por encontrar minhas velhas amigas Carrie, Miranda, Samantha e Charlotte (necessariamente nessa ordem), que são solteiras, mas não sozinhas. Elas concordaram comigo, lá no café de costume, que, se uma solteira incomoda muita gente, duas solteiras incomodam incomodam muito mais. Casais amigos nos tentam arrumar namorado; namoradas pitbulls dos amigos nos consideram ameaça; namorados machistas de amigas também; tias velhas nos acham coitadinhas e estranhos no restaurante acreditam sermos frustradas, mal-amadas, encalhadas ou lésbicas. Mas só devem temer a solidão aqueles que se esquivam do convívio com pessoas-plus, os egoístas, auto-suficientes, narcisistas ou seres do mal em geral. Com o avançar da idade, precisando de apoio, lembrarão dos que deixaram ir, os que afastaram voluntária ou inconscientemente. Quem cativa, preenche, chama e abraça nunca temerá o escuro da solidão, porque a eventual ausência de pessoas será luminoso recinto de lembranças boas, castelos construídos e heranças do amor que se plantou. Podem apagar as luzes. O medo é só pra quem não mantém acesa a chama interior.

21 de fevereiro de 2008

Mulher Flexpower II - A missão


As mil faces da Mulher Flexpower alguns já conhecem (se ainda não, vide post de janeiro). Aquele tipinho sem personalidade que se adequa fácil fácil ao estilo do pretê da vez. Todavia, há mais facetas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia domingueira. Necessário se faz registrar o perigo que a Flexpower também pode oferecer às mulheres. Não falo de lesbianismo ou coisa do tipo (se bem que pode até ser...Enfim, pergunta a Freud!), mas da capacidade extraordinária que las Flex possuem de "roubar" a identidade de algumas mulheres-alvo. Seja por admirá-las, invejá-las ou até odiá-las por qualquer motivo que invente em sua cabecinha dodói, a Flexpower escolhe as vítimas e "crew": captura-lhe o estilo, que pode variar dos trejeitos de fala e escrita e do visual ao gosto para homens, claro. Sempre eles! Pior que o que se observa é justamente o pseudo-sexo forte como causa principal da versão flexpowerlística "faça uma vítima feminina"; como se os boys - bons ou maus, mas sempre mazelados - valessem disputa dentro do mesmo time. Quem já assistiu a Mulher solteira procura... visualizará melhor o problema das bichinhas. Querem o mundo da outra, ser a outra, sei lá. Só acho burrice, afinal ninguém é digno de ser copiado. Uma coisa é achar a criatura interessante, admirar, seguir bons exemplos; outra é perseguir, investigar e imitar atos e fatos. Meda de Mulher Flexpower; porque a vítima ou não sabe que é vítima ou não vê pra que ter um clone assim de repente. Uma Amiga X passou recentemente pelo problema. A doida que ela nunca viu na vida passou a saber mais sobre seu mundo do que ela mesma. E incorporou seu jeito, suas preferências artísticas...Deu pena da bichinha, da Flexpower mesmo. Ela podia querer apenas chamar a atenção do cara (olha o boy mais uma vez!) que acreditava haver perdido pra minha amiguinha X. Ou se tornar alguém que, por alguma justificativa certamente equivocada, achava melhor. Acho feio isso. 1)Ninguém é melhor; 2) cada uma tem peculiaridades que a tornam amável, independentemente de homem A, B ou C; 3) diferenças são ótimas e inevitáveis, e forçar semelhanças só deixa tudo muito ridículo (e risível); 4) Homens são ótimos, beijomeliga, aiaiai e tudo, mas não devem desunir a classe (sou fiel! morram as fura-olhos, raparigas e traíras em geral!). Mulheres Flexpower, respeitem seus atributos (não falo de peito, bunda e marquinha de biquíni. alooow), sua inteligência e seu borogodó (caso exista) e os valorizem, sem esquecer que beijar sapos não os transforma em príncipes, como na fantasia.

20 de fevereiro de 2008

Tudo novo de novo


Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando "nada é tão triste assim"

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar de onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar de onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

(Paulinho Moska)

16 de fevereiro de 2008

Urbana Legio Omnia Vincit


Dizem que a solidão até que me cai bem, mas sempre precisei de um pouco de atenção. E confesso: já estou cheio de me sentir vazio, pois meu corpo é quente e estou sentindo frio. Sei que consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade, mas às vezes faço planos, quero ir pra algum país distante. Se fiquei esperando o meu amor passar, foi por culpa deste ar, que deixou minha vista cansada, foi porque a cada ato enceno a indiferença. E há muito estou alheio, e quem me entende recebe apenas o resto exato e tão pequeno. E, se antes eu sonhava, agora já não durmo, pois já me acostumei com a tua voz, com teu rosto e teu olhar. Pois, quando me vi tendo de viver comigo apenas e com o mundo, você me veio como um sonho bom, e me assustei. Só que me quebraste em mil pedaços. E, neste mundo, que anda tão complicado, quem me dera, ao menos uma vez, acreditar que é perfeito, que todas as pessoas são felizes! É o Bem contra o Mal. E você de que lado está? Sei que estou do lado do Bem, mas hoje a tristeza não é passageira e, quando chegar a noite, cada estrela parecerá uma lágrima.
Apesar dessa tempestade, teu medo de ter medo não faz da minha força confusão. Porque isso não é tristeza, nem é saudade...sinceramente, nem é verdade. Só sei que tenho os sentidos já dormentes; o corpo quer, a alma entende. Sei que devo resistir, quero a espada em minhas mãos, porque sou metal, raio, relâmpago e trovão. E, mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está, digo: vai, se você precisa ir...e cuidado na estrada. Eu acho que o imperfeito não participa do passado, e só por hoje não vou me destruir. Temos muito ainda por fazer, então não olhe pra trás; apenas começamos.

13 de fevereiro de 2008

Um dia, um adeus


Tentara manter o mesmo semblante forçadamente sereno com que deu adeus ao fechar a porta do carro dele. Atravessados os muros de casa, no entanto, o derreter do coração sufocado durante aquela noite tensa se liquefez automaticamente, como houvesse uma cachoeira sob os olhos, a molhar a blusa e a esperança. Sabia que tinha feito certo em diagnosticar o fim, e grande alívio a confortava, de certa forma. No entanto, o silêncio concordante do outro ainda fazia sangrar a vontade dos ouvidos de receberem qualquer coisa que não fosse o desamor. Ela estava certa: não fora correspondida em seus anseios de comunhão com aquele que a despertara de novo o calor no coração gélido. Restava-lhe somente se contentar com a amizade; não podia perdê-lo de todo. E lembrou dos tantos momentos em que segurou as próprias mãos pra não afagar-lhe a face, mordeu a língua a fim de evitar confissões que o pudessem assustar e desviou o olhar que lhe denunciava sentimentos ímpares. Não queria estragar-lhe os planos tão bem traçados de ambição num futuro só dele; temia com certeza clara não ser aquela que se encaixasse no modelo construído de companheira. Afinal, três corações podem pesar em peitos destreinados para essa superpotência cardíaca. Tinha a certeza do fracasso, embora não desistisse. Mas aquele silêncio diante da realidade exposta doera mais do que ela esperara. Queria ter ouvido ao menos um "valeu a pena"; não, queria mais do que isso. Queria ouví-lo discordar, pedir que ficassem juntos, num presente isento de "se", "talvez" e "quiçá". Porque, na segurança dos seus braços e na certeza do seu amor, ela faria qualquer coisa para ficar ao seu lado. Nunca tivera medo de mergulhar em sonhos, arriscar mudanças e apostar nas peças pregadas pelo destino. Apegada sim às raízes, mas arraigada ainda mais à felicidade possível, à soma de mais corações. O morrer de véspera dele, a derrota adiantada do sonho e a falta de coragem ou vontade de enfrentar a inexatidão do futuro estavam estampados naquele silêncio. Um calar de quem prefere caminhos fria e calculadamente traçados, sem final feliz; de quem diz querer, mas renuncia. E, ao entrar em casa, ela sabia de que se o que batia tão forte dentro de si estivesse também dentro dele, não haveria adeus. Ela não se contentava com o pouco de querer, de vontade e de reciprocidade que ele lhe oferecera. Ficou então com a amizade. E se apropriou dos advérbios condicionais do amado. "Se ele quisesse e sentisse, eu iria até o fim do mundo ao seu lado". "Talvez tivesse dado certo; talvez nem precisasse de tantas mudanças". "Mas só se...se ele realmente quisesse". Ele bem que tentou, mas nem a coragem nem a fé do coração daquela mulher foram suficientes para abalar o coração petrificado do homem do adeus.

11 de fevereiro de 2008

Kundera, o sábio


"Não quero dizer, com isso, que havia deixado de amá-la, que a esquecera, que sua imagem desbotara; ao contrário, ela morava em mim dia e noite, como uma silênciosa nostalgia; eu a desejava como se desejam as coisas perdidas pra sempre." (A Brincadeira){meu livro preferido de Kunkun =P}

"O humor: centelha divina que descobre o mundo na sua ambigüidade moral e o homem em sua profunda incompetência para julgar os outros: o humor: embriaguez da relatividade das coisas humanas, estranho prazer nascido da certeza de que não há certeza." (Os Testamentos Traídos)

"Será que o amor absoluto não significa que devemos amar o outro com tudo o que há nele e sobre ele, inclusive as suas sombras?" (A Valsa dos Adeuses)

"Atravesso o presente de olhos vendados, mal podendo pressentir aquilo que estou vivendo... Só mais tarde, quando a venda é retirada, percebo o que foi vivido e compreendo o sentido do que se passou..." (Risíveis Amores) {tb maravilhoso}

"Aquilo que não é consequência de uma escolha não pode ser considerado nem mérito nem fracasso" (A Insustentável Leveza do Ser)

***
Nostalgia literária. Sabe de uma? Vou reler Milan Kundera. Porque só queremos pertinho quem pode acrescentar algo em nossas vidas, não?

9 de fevereiro de 2008

Meu perdão


Gosto de observar as pessoas. Não pela profissão naturalmente inclinada a tal proeza, mas por sede de conhecimento sobre o ser humano e seu mundo, ininteligível tantas vezes, mas sempre fascinante. Talvez por essa característica (que pode ser defeito ou qualidade, dependendo das circunstâncias), seja fácil pra mim ver beleza em tanta gente. Amigos demais, uns dizem; boazinha demais, outros; Madre Tereza de Calcutá, segundo mais um tanto de próximos. A verdade é que, com todos os milhares de defeitos que tenho, costumo "ver a vida com os olhos do coração", como sempre repete minha chefe e amiga, ao admirar ou criticar minha maleabilidade em tratar as pessoas. E cito a querida chefinha justamente porque é uma das criaturas que aprendi a admirar de um jeito mais transcedental, além do birô. E tais seres humanos, sejam eles amigos, conhecidos, transeuntes, deixam em mim mais marcas do que imaginam. Gente que nem sonha que tanto admiro por simples detalhes de sua vida, por um gesto de grandeza que cometeu um dia ou pelo "bom dia" sincero e simpático no corredor. Dessas pessoas, mui nobres ou um pouco menos, costumo captar traços de beleza e, portanto, fica fácil amá-las. Minha memória nem é muito boa pra coisas recentes, contudo algumas frases - ditas, muitas vezes, sem a menor pretensão - me são absorvidas como ensinamentos pra toda a vida. Ficam guardadinhas pra sempre no coração e, nos momentos de dor, dúvida, alegria, soam como melodia da consciência, vozinha do anjo da guarda ou auto-aconselhamento. Uma delas, em especial, me veio com força nos últimos dias, quando cometi um grave erro, que, embora possa me justificar em "n" argumentos - principalmente na embriaguez excessiva -, me torturou com uma culpa absurda, capaz de me deixar duas noites em claro. Aí veio a danada da frase, junto com a lembrança do rosto daquela criatura tão sábia que a proferiu: "Não se deve julgar qualquer pessoa por apenas uma atitude". Nunca me esqueci da grandeza dessa premissa, tanto que me apoiei nela pra me perdoar. Se a primeira impressão é a que fica, azar o de quem se acha atirador da primeira pedra, juiz e intérprete da alma alheia. Quem nos conhece sabe do que somos capazes e do que fazemos apenas uma vez na vida, por algum surto materialmente inexplicável. E, se já perdoei tanta gente por tanta coisa feia, por que não me perdoar? Acho que também posso perceber meus fragmentos de beleza e me apoiar nas minhas poucas qualidades. Uma delas é o perdão fácil. Me perdôo então, pois, ao menos, sei quem sou. Fico então com mais uma frase ditada por alguém que nem sabia que nutria qualquer admiração por mim: "Se eu tivesse uma mãe como você e uma filha como você, saberia que minha vida seria de honestidade, coragem e amor".

6 de fevereiro de 2008

Cinzas


Amarga (fictício) diz:
sois fresco?

Ácido (fictício) diz:
sois caliente?

Amarga diz:
soi cariente

Ácido diz:
carência pos esbornia

Amarga diz:
grande esbórnia! Brinquei bem pouco

Ácido diz:
amor de verão né? ou de carnaval

Amarga diz:
não mesmo. dispenso

Ácido diz:
esnobe

Amarga diz:
não. vc sabe q não curto

Ácido diz:
calma menina

Ácido diz:
posso nem falar nada. só tô ácido

Amarga diz:
é, e eu amarga

Ácido diz:
nem combina

Amarga diz:
é

Ácido diz:
sua colombina

Amarga diz:
=).Odeio ficar sentimentalóide. Queria ser uma icewoman

Ácido diz:
vc?
é um furacão
de sentimentos

Amarga diz:
é, mas pouca gente sabe
grande merda isso

Ácido diz:
que teen!
***
Moral da história: Mantenha entre poucos e seletos afetos a sua imagem de animal sentimental. Exceto nos momentos de embriaguez, quando, no mínimo, "há uma nuvem de lágrimas sobre meu copo"