14 de dezembro de 2007

Chuva


Tão ingênuo acreditar
Que a vida será diferente
Se na alegria já se pressente
Estrondo grave, trovão do penar

E por que, ao se assustar,
A gente não se defende
E se protege, demente,
Para não ter de enxugar

A chuva, que teima em cair
Relâmpago claro a partir
O peito já dolorido?

Mas não adianta entender
Por que se merece sofrer
Se tudo já foi diluído.

7 comentários:

O comendador disse...

Oh, Renatinha: tão completinha, cada palavrinha, cada alegria e cada pesar. As mulheres são realmente líquidas. Algumas escorrem pelas mãos, outras caem do céu enquanto algumas correm parra o mar. O ideal seria se todas cessassem a sede antes de qualquer coisa. Grata surpresa a minha ler sensibilidades suas. Um brinde.

Renatinha disse...

Tim-tim! =) Boa analogia sobre a mulher...mas a liquidez não é privilégio nosso. O ser humano é líquido...e todo o mundo tá escorrendo pelos ralos.

Renatinha disse...

Ah, nem sei se merece tanto, mas pode sim =)

Unknown disse...

Lindo! Lindo!

Unknown disse...

E é coisa...

Renatinha disse...

Não entendi, Marcelo.

Unknown disse...

Nem eu, Renata.