8 de julho de 2010

O mestre e os mamilos

O ruído da chuva forte no parabrisa não constrangia a risada despudorada das meninas no carro. Meninas é eufemismo, claro, uma vez que assim podiam ser chamadas mesmo (muitos) anos atrás, quando se apaixonavam por professores do colégio. Aqueles barrigudos, carecas e intelectuais e, portanto, maravilhosos. Riam do platonismo colegial pela associação com a admiração pós-graduada por certos doutores da sedução. Sedução para os machos dele!, diria uma delas. Mas ele gosta de uma de nós. Quem sabe não é nossa chance de convertê-lo ao lado negro da força? Que nada! Ele só me curte porque eu o faço ruborizar. Ou ele ruboriza por você. Não importa. O desafio é descobrir porque os mamilos dele estão sempre protuberantes sob a camisa. Também noto sempre! Ele sente frio, gente! Não, acho que ele fica arrepiado diante da riqueza intelectual da aula. Vocês esquecem da empolgação com a nossa colega. Rá, ou das lembranças das paixões de outras distâncias. É. É o frio. Que seja qualquer coisa. Esse tipo de mestre, desde a escola, sempre pôde ter poucos cabelos, muito diâmetro abdominal, poucos bons elementos estéticos até. O charme era ser sabido. Ainda é, gente. Mas hoje eles enrijecem os mamilos para qualquer freguesia. É, e sentem frio. Uma lástima.    

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