8 de julho de 2007

Cretinice S/A reabre as portas

É verdade que a firma Cretinice S/A parecia falida. Até porque passa aquela fase radical de desprezo geral, nariz empinado e coice em qualquer jagunço que se atreva a se aproximar do seu coração. E principalmente porque, depois de muitas aventuras, a diretoria suprema acabou se encoleirando total (inclusive após pactos de não-casamento). E nem as operárias ostentam cartazes com os mandamentos cretinos, a exemplo de (fonte: Negha, a superintendente vitalícia Cretinice S/A, embora de licença):
Homem é igual a:
* Surpresa de uva - você só descobre que a fruta está podre depois que come.
* Latinha de cerveja - é fácil de manusear, consumir e descartar; difícil é reciclar.
* Caranguejo - casca dura e miolo mole.
* Whisky - você só sabe se é verdadeiro na manhã seguinte.
* Avestruz - vive procurando um buraco pra enfiar a cabeça.
* Pombo - traz doenças e adora cagar na cabeça da gente.
* Ônibus: quando você perde o que queria, sempre vem um inútil atrás.

As funcionárias mais antigas hoje fazem parte de outra instituição, o recém-fundando Clube Ninja LTDA; mais moderno, menos bandeiroso e apropriado para a maturidade. Mas uma vez cretina, sempre cretina. E se engana quem pensa que pra ser membro tem que ser cachorra. Cretinice S/A exige da mulher fidelidade, lealdade, respeito, amor próprio e muito olho vivo! Eu mesma já resgatei meu crachá. E dizem que devo assumir a presidência como interina. Ou seria uterina? Mulheres bem-auto-amadas do meu Brasil, uni-vos contra os canalhas! Porque a fila anda, a catraca roda e estamos sambando em cima dos homens-tocha (que se queimam de graça).

15 comentários:

Unknown disse...

Nataaaaaa! ahahahahahah a firma tem sede e encontro regulares???

Anônimo disse...

Vida longa à Rainha!!!

Anônimo disse...

O que vc disse agora é a tradução da imagem da super-mulher liberta sobre os escombros da tradição. A crítica pertinente ao universo masculino está nos seus resquícios de dominação sobre a mulher.

O que eu vejo nessa idéia de "clube feminista" é que essa liberdade feminina é um uróbono, um monstro que se devora pela própria cauda. Quanto mais vcs bradam por essa liberdade, mais perdem de si mesmas.

Mas esse pensamento, de clube da cretinice, se rasparmos um pouquinho o verniz da sua pretensão, esconde logo abaixo uma esperança de se verem profundamente desejadas, e para todo sempre.

A mulher alcançou a liberdade e passou a poder tudo. Mas chegou no baile e ninguém dançava junto...

Anônimo disse...

E, claro que eu abstraio de certa forma, por ser uma brincadeira, eu até acho graça...mas tá aí o recado

beijoca mocinha

Anônimo disse...

Uia!

"Los hombres de hoy en día
son pura fantasía
con el cigarro en la mano
y la cartera vacía."

Hehehehehehehehehehehehehehehe...

Anônimo disse...

Basta mudar o g�nero. Somos da mesma esp�cie.

A diferen�a est� em ser moda falar mal dos homens, em troca de um sil�ncio destes.

Mulheres falam de homens de uma forma que n�o tem contrapartida no universo masculino. Voc�s pedem um exerc�cio que, no homem m�dio, lhe d�i os m�sculos.

E digo para o homem m�dio, pq a procura por (ou a redu�o a) estere�tipos n�o � para quem quer mais ou sabe melhor.

Agora, genereliza�es pra cima de moi, n�o d�. A realidade � mais complexa e comporta tipos transversais sim (que adotam condutas de outro tipo, enquanto mant�m um certo perfil a maior parte do tempo).

Anônimo disse...

Citações nem sempre acrescentam, mas essa aqui vale mesmo a pena:

"A mulher é o negro do mundo. A mulher é a escrava dos escravos. Se ela tenta ser livre, tu dizes que ela não te ama. Se ela pensa, tu dizes que ela quer ser homem."
John Lennon

Unknown disse...

Primeiro: Vinha, muito prazer, eu sou o Marcelo.

Isso que foi dito aplica-se as mulheres, desde que estejamos diante de uma caricatura, pois a disfunção social fundamental entre homem e mulher deixou de existir.

A mulher de hj encontra um mundo diferente, mas ainda em transição, há sim algumas distorções que ainda seguirão por um tempo, no mercado de trabalho e na educação. O Brasil é um país desigual, enfim.

Mas o que interessa aqui é o impacto disso nas relações afetivas. Analisando o universo masculino e o feminino, há uma queixa da parte de vcs de que os homens têm medo/receio/whatever das mulheres independentes, pseudo bem resolvidas (digo isso, pq ninguém é super podero). Eu, particularmente, só gosto de mulheres assim, independentes, que sabem o que quer, com personalidade, etc...

O que eu vejo muito são mulheres que se sentem "poderosas" mas que na realidade estão numa busca desenfreada por proteção.Mas hoje com essa idéia de liberdade, há um problema de assumir isso, como se as pessoas fossem auto-suficientes.

Sem generalizar, mas levando em consideração uma grande maioria, ok?

Há homens, também, que acham que as mulheres sempre querem um marido e pensam assim para darem sustento à idéia de que só os homens conhecem a liberdade. Pq a idéia de uma mulher, que de verdade, não queira casar, que só queira uns beijos, que queira liberdade (essa coisa masculina, sabe?)é uma idéia repugnante. Ou seja, para esse homem, é repugnante a mulher casadoira, na mesma medida que é repugnante a mulher livre. Não faz sentido, mesmo. O que se quer com sua fala contraditória é apenas alimentar seu egotismo.

Para entender o que se passa em nossa volta é preciso introduzir outras variáveis, além da revolução sexual, a revolução tecnológica e o paroxismo do processo de coisificação na modernidade.

Derrubamos todas as tradições.

E ficamos sobre os escombros, altaneiros, super-homens e super mulheres, com um sorriso de vencedores e de libertos, mas insistimos em lançar um olhar por debaixo desses mesmp escombros, para ver se não sobrou alguma coisa que possamos usar no inverno.

Eu nunca entendo tudo, uma parte do que acontece hj eu consigo assimilar, mas...

Unknown disse...

Nossa, desculpem a extensão. Esse é um assunto que rende e que é bem complexo sim. lembrando que a subjetividade impera nesses posicionamentos...enfim.

Beijocas

Renatinha disse...

Ai, q emoção e surpresa ao abrir meu bloguinho! Primeiro, queridos, obrigada pela contribuição maravilhosa. Segundo, Marcelo é advogado, Vinha, não estranhe. Vinha é designer (não q isso tenha a ver...), Marcelo, mãe de família, tb lava prato, mas nela ngm manda.
Seguinte, Adão: acho q o senhor está certíssimo na sua análise do mundo moderno e tal. Convém, apenas, lembrar q não somos um bando de adolescentes falando mal de homem por ser moda! Nem nos julgando poderosas por isso. Trata-se apenas de uma hipérbole da realidade q, sim, a gente enfrenta hj. Não se pode negar a escrotice de grande parte dos marmanjos. Da maioria, se me permite, julgando, ao menos, aqueles que nos cercam. O texto e as nossas brincadeiras se inspiram numa ou noutra história dessa falência masculina com algumas de nós. Nenhuma ode à pisada na cabeça do homem! Apenas uma resposta satírica, uma graça a esses tão comuns senhores da verdade e da situação. Sem generalizar, sem nomear ou ofender. Sim, e sobre seu primeiro comentário: 1)não é uróbono, é uróboro. 2) Nos perdemos de nós mesmas na busca pela liberdade? A gente precisa de alguma liberdade q já não tenha? Ngm tá pedindo mais isso desde o século passado! 3) Quem não quer ser eternamente desejado? Mas falar mal de homens nem sempre quer dizer despeito e revelar entrelinhas de alguém mal-amada. Até pq, querido, o mar, pra gente do clube, está pra peixe. Nós é que não queremos tubarões travestidos de sardinhas (ou vice-versa). No mais, beijos e paz! =*

Unknown disse...

Opa, corretíssima, uróboro. Perdoa-me.

Eu também lavo prato, só não sou pai de família, mas sou dono-de-casa sim.

Agora, eu estou entendendo que vc interpretou o que eu disse como um dedo meu apontado a alguém.

Renatinha, meus braços estão habituados a movimentos abaixo dos ombros. Eu nunca sustentaria um dedo apontando para o alto.

O que estranho muito (e o que me incomoda) é teres imaginado o que quer que seja que eu tivesse a intenção de dizer com conteúdo negativo dirigido a ela (Vinha) ou a vc, enfim, não foi nada disso.

Tudo que eu falei foi sobre minhas impressões e na observação do nosso Tempo. E a coisa faz sentido, tanto que poderia ser bem acolhida por quem não procura entrelinhas em papel sem pauta.

That's the point ;)

Sei lá quem são esses homens das suas metáforas. ESTE homem pensa como disse que pensa; e concorda, também, com algumas ponderações, por serem de óbvio bom senso.

Quanto a quem consegue nadar neste mar encapelado, é deles que parte a promessa de superação. Só não espere deles uma regra geral. Porque as regras gerais foram abolidas.

No que vc disse agora, com intenção de discordar, está mais uma convergência do que o seu contrário.

A mesma equação, com outro x no lugar do y.

Será, Sir Marcelo??? Acho que é isso, mesmo.

E tomara que desta vez eu tenha "melhorado" meu português!!

Renatinha disse...

Amore, nada pessoal, please. Da mesma forma, acho q, no geral, tá mais pra convergência mesmo, até pq vc tem uma cabeça ótima pra um homem (hahahaah. brincadeirinha!). Sim, só não entendi o "Renatinha, meus braços estão habituados a movimentos abaixo dos ombros. Eu nunca sustentaria um dedo apontando para o alto.". Não, não responda. hahaaha. Bjos

Unknown disse...

haaaaaa, eu também estou nas abstrações, e é exatamente isso que torna tudo tão interessante!!! rsrs

Calminha aê, amigo, tá? rsrs

Beijo figurinha

Anônimo disse...

Oi Marcelo! Ainda não sei pq uma crítica bem humorada incomoda tanto alguns homens... É como no caso de piadas de loiras (que eu eu escuto e conto tb! Adoro!!!), é uma caricatura e se eu me sentisse incomodada de alguma forma... caramba! eu estaria mesmo no fundo do poço mais profundo. Adoro essa história de cutucar e trazer um pouco do cinismo amigo, que em tempos de politicamentecorreto-pessoaequilibrada-zen anda tão em falta. E sim. Todos nós queremos ser amados e desejados, mas amando e desejando tb e pra isso não acho q tenha que ficar caladinha(o) sem questionar atitudes de gosto duvidoso. Menino, isso rende assunto pra dias e dias com uma cerveja gelada, sinuca e petiscos... pq só tem uma coisa melhor q tomar uma, tomar uma falando mal de uma pessoa ou de um conjunto (genérico, etário, religioso ou futebolístico). bsos

Unknown disse...

Imagina, não me incomodam essas críticas não. Acho engraçadíssimo, já falei até com a Renata que gosto da forma como ela aborda alguns assuntos.

Não sou ranzinza não, tô cheio de rótulos por aqui, o pior foi o de advogado né....ai,ai,ai

Mas sério, só questionei e meus comentários foram de caráter expositivo, analítico e reflexivo (considerando a subjetividade nesse assunto). Peguei a deixa do post e quis explorar o tema, incorporando uma visão macro.

Maaaaaaaas, fui mal interpretado. Isso que dá se meter em conversa de mulher (brincadeira...rs)!!

Gostei da parte das conversas regadas a álcool. Concordo!