15 de julho de 2007

As opções fantásticas e o Surfista Prateado

Tudo bem que foi ridícula a cena da Mulher Invisível, com olhos de cachorro pidão e discurso de miss, tentando convencer o Surfista Prateado de que, na vida, a gente sempre tem opções. Provavelmente não para o querido que me acompanhava, com sua camisa do personagem surfistinha assexuado, roubada do irmão, 12 anos de existência e ex-preta-atualmente-cinza. (Apesar do senso crítico, da inteligência e do bom gosto aguçados, ele é nerd-fã-do-gibi. E com esse tipo não se brinca). Mas, ao sorrir do diálogo tosco, lembrei que se trata de um dos meus argumentos permanentes - aqueles que a gente sempre usa pra justificar da cor da calcinha aos conflitos do Oriente Médio. É impressionante como as pessoas se mostram passivas diante da mínima dificuldade, fraqueza ou algo do tipo. "Não tive como fazer diferente", "aconteceu", "só me resta a morte"...Me poupem! Sempre há opção pra tudo! Até quando você pisa na merda do cachorro do vizinho de manhã, ao ir pro trabalho; opção de xingar o universo inteiro e ficar de mal o dia todo ou simplesmente dizer um "puta que pariu" baixinho, esfregar a sola no chão e fazer "nem te ligo". Tá negativo no banco? Fica sem almoçar fora um mês e aproveita pra emagrecer! Simples assim. Fico puta com gente que acha que nasceu pra perder e vai sobrar de vítima das circunstâncias. Desculpa de covardes! A gente sempre tem escolha, seja simplesmente sorrir ou chorar. As minhas costumam ser as românticas; assumo ser otimista ao extremo. E isso incomoda, creia! Melhor os que acham graça, como uma amiga, que diz que eu vejo a vida "com os olhos do coração". Pelo menos, sorrio mais, devo ter menos rugas no futuro e não coleciono inimigos. Fulerou comigo? Azar o seu. O passar das folhas do calendário ensina, entre outras coisas, a viver em paz. A preferir a qualidade à quantidade. A selecionar amigos e amores. E principalmente a se tocar de que esse calendário muda num segundo. Deixa eu ser Calcutá mesmo...mas se abusar, eu viro Galactus, digo logo!

5 comentários:

Unknown disse...

Concordo..rs

Unknown disse...

Mas sério agora, eu concordo que podemos fazer nossas escolhas sim, mas há pessoas que realmente são vítimas das circunstâncias, pois há fatores no ambiente externo dos quais não temos controle.

Então cuidado com a ilusão de que podemos escolher tudo, que teremos o que quisermos e não aceitaremos nada senão o máximo, sem saber o que isto quer dizer. E pior: com decisões sendo tomadas a partir desse máximo inexistente, contraditório, inconstante, ilusório, prêt-à-porter e prêt-à-disposer.

Renato Mota disse...

ei, não fale assim da minha camisa... tá certo que ela já teve dias melhores, mas é meu uniforme "nerd" (ok, um dos uniformes...)

Anônimo disse...

Poder eu posso, mas nem sempre eu devo... Existem mesmo esses momentos em que não há escolha.
=^*

Renatinha disse...

Volto a insistir q sempre há. Não falei de escolher tipo querer ser Cinderela num segundo e a abóbora virar carruagem! Mas, nos momentos em que parece não haver opção, há ainda a alternativa de ficar ou não puta com aquilo, de como reagir, de como se portar, de se deixar abater ou não. É disso que falo, queridos.

E, Renato, vc ficou uma gracinha com a camisa bufenta! hehehehe =*