27 de agosto de 2008

Pinta de palhaço


Ela deixava a gente intrigada. Uns olhos negros, pequenos, bem lindos, mas refletores de uma solidão que incomodava. Colecionava insucessos amorosos, apesar de sua doçura e beleza. E ninguém botava fé quando dizia que iria embora. Mas se foi. E não é que bastaram poucos dias fora da terrinha para que a maldição de outrora desse sinais de finda? As notícias foram chegando: "estou saindo com alguém maravilhoso"; "conheci um cara demais, que está doido para me levar ao teatro"... sim, superara a fase vuduzada (e longa) do zero-a-zero. Foi quando, entre sorrisos e orgasmos, flores e gentilezas, ligações no dia seguinte e conversas bacanas, ela registrou uma coincidência importante. Os três principais rapazes que a divertiram tanto eram atores. E nada proposital. Estaria explicado o bem representado papel de homem que amadores não costumam incorporar? Talvez. E a novela foi se desenrolando numa trama exclusiva de mocinhos, sem vilões. Mas, como todo enredo bonzinho atrai o baixo Ibope, começaram os capítulos de aventura. Quase se apaixona por um integrante de companhia de teatro que a prometeu o céu - mas a cena de nudez no palco a faziam ter que compartilhar o rapaz com outras da platéia. Depois mergulhou fundo no perigo ao sujeitar seu pescoço a um galã de olhos azuis...sem saber que ele era mesmo galã: um vampiro famosinho da novela Mutantes, da Record. "Meda!", pensou. Não imaginava o que viria pela frente. Saiu, em seguida, com um homem interessante, misterioso e divertido. "Ator você também? Que sina!". "Mas eu atuo de outra forma. Sou palhaço e mágico". Depois da gargalhada, ela ponderou sobre o que poderia ser uma noite encantada. Certa. Ao dar o primeiro passo no apartamento do rapaz, o primeiro susto: brinquedos, lenços e outros balangandãs decoravam todo o recinto. "São meus objetos de trabalho". "Ah...". O segundo momento de tensão a fez refletir se estaria bêbada demais. Um coelho branco pulou nos seus pés. "Aiiiiii!". "Calma, é Matilde, minha parceira de cartola". A terceira surpresa é impublicável. Mas a última foi o comportamento do palhacinho mágico no day after. O rapaz não fez o número do desaparecimento. Ligou, foi carinhoso e quis vê-la novamente para um "a seguir, cenas do próximo capítulo"...Soubesse ela antes que, se queria graça, bom humor, mistério e fantasia num só homem era só procurar um mágico-palhaço, teria fugido com o circo na adolescência! Agora queria mesmo explorar o picadeiro, a varinha mágica e os outros segredos do rapaz.

5 comentários:

Anônimo disse...

HAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHA Muito bom!

Em breve mais capítulos, baby... Espero que tã divertids quant s de agora!

Beijos, te amo!

Anônimo disse...

HAHHAAHHAHAAHAH
São coisas, que só a nossa amiga pode nos trazer!


Amo-te!

Eduardo disse...

Agora é só tomar cuidado se ele pedir seu relógio ou a carteira pra fazer algum número do desaparecimento e ser feliz feliz!

A vida é uma pantomima Jornalista.
Bjos

nobody disse...

"protetora das artes práticas"
essa minha amiga é ninja mermo!!!

bejus

Renatinha disse...

Tudo bem que lhe desejamos que aproveitasse muito a nova fase além-Recife, mas não precisava fugir com o circo, né? hehehehehe. Mais uma prova de que o Grande Recife (e não só Jardim Atlântico e Janga) é vuduzado. Pela expansão territorial e amorosa!