6 de maio de 2008

Ciranda de pedra

Não faço o tipo odeio-novelas, até porque adoro as de Manoel Carlos e alguns dramalhões com poucos vilões e muitos mocinhos. Infelizmente a TV exibe um bom produto com incrível raridade, e meu tempo parece que foi trabalhar e nunca mais voltou ao sofá da sala. A chegada de Ciranda de pedra, no entanto, mexeu com minhas vontades de pipoca. Fato: Lygia Fagundes Telles é minha escritora preferida. Fato 2: o romance homônimo é bom; foi o primeiro escrito por Telles, em 1954. Fato 3: a Globo já levou ao ar uma adaptação, em 1981, muito bem aceita, mas diferente dessa nova, que não é remake, e sim nova versão.

A heroína do livro é Virgínia, aquela figura menina-moça, que vive um drama familiar protagonizado pela mãe e o verdadeiro pai. O romance trata de temas recorrentes da obra da escritora, como o amor, a morte, a fragilidade da alma, a solidão, a loucura, a crueldade e o sonho, tudo muito bem entrançado na narrativa gostosa da autora.

E Lygia baseou-se num fato real para escrever Ciranda de pedra. Numa de suas caminhadas a pé, passou em frente a um casarão que estava sendo demolido. Entrou, passeou pelos cômodos vazios e encantou-se com uma fonte cercada por anões de pedra, a mesma que descreve no livro. E imaginou os dramas que se desenrolaram naqueles jardins, as tristezas e alegrias que envolveram os antigos habitantes daquela casa. E o romance conta justamente a história de uma família que se desagregou com a separação dos pais.

Não sei se ousaria recomendar uma novela. Mas o livro, ao menos. E quiçá revelar a mim mesma o ímpeto de acompanhar os capítulos...nem que seja por meio das sinopses publicadas no jornal de domingo.
Foto: Rodrigo Cordeiro.

6 comentários:

Breno Pessoa disse...

Novelas. Sempre desconfio.

Renatinha disse...

É, né? Ninguém admite. =P. Agora o "Créu" neguinho cujo nome não direi dança! Sempre bem-vindo, Gentil. Bjos nos dois!

Paranóia Ululante disse...

Eu gostaria de ver uma novela junto contigo! Fazer nada é bom às vezes.

Pipoca, guaraná, e gêmeos.
Eu te devendo Old Boy e A dupla vida de Veronique. Séculos.

Renatinha disse...

Ei, né Old não. Tás com A dupla vida de Veronique e Dolls! Os dois cabeçóides q adoro. Vem ver comigo novelinha, vem, flor. Que tal neste finde? Bjos

Venus in Furs disse...

Essa foto é o melhor do post! Hahahahahaah

E sobre a novela, essa aí deve ser muito sem graça.

Aliás, nunca mais a Globo produziu novelas co personagens hilários.

Que saudades de Heleninha Roitmann...

Renatinha disse...

Heleninha bafón? Qualquer semelhança com fatos da realidade terá sido mera coincidência, heim? kkkk