28 de novembro de 2007
Pessoas, verbos, carros
Passam fácil, rápido, ora invisíveis, assim como os carros na avenida dia de sexta. As pessoas vêm e vão, são, mas nem sempre estão. E ainda assim vivemos como se estivessem. Assim pra sempre. Assim quando a gente quer. E pro que a gente quer. Deve ser por essa certeza burra de que elas sempre voltam que não aproveitamos o que cada uma tem pra oferecer. Ou extraímos o pior delas, tomando as piores atitudes, como o descaso. Ter segurança de que se pode deixar pra depois aquele jantar com um amigo de infância, o encontro bobo com a avó ou a viagem pra se aproximar de alguém que se admira nos faz displicentes, negligentes e indecentes. Colocamos empecilhos, deixamos pra amanhã, ficamos no superficial, discutimos, tememos, afastamos, machucamos, escondemo-nos...fazemos tudo como manda o livro Somos Eternos e Estamos a Disposição. Só que o tempo é cruel, a vida terrena é fulgaz e o pra sempre não existe. Quando vem a morte, a separação ou a distância de forma geral, o nó na garganta não desata, e se implora pra voltar no tempo. Mas as pessoas passam fácil, rápido, ora invisíveis, assim como os carros na avenida dia de sexta. E nem assim a gente atravessa com mais cuidado.
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8 comentários:
Putz, não ter ido ao aniversário-festa-de-noivado de uma das minhas mais antigas amigas me deixou mei mal...inda n superei. =/
Esse post puxou minha orelha legal.
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Às vezes nos acostumamos tanto com a presença que terminamos por não enxergar a falta q ela nos fará.
Realmente não há coisa pior que a negligência com a nossa vida e a de quem nos rodeia. Teu texto foi universal e por isso mesmo pode falar sobre muitas coisas e muitas pessoas... Falou pra mim, pra ela, pra ele, pra você e até pra essa pessoa q leu agora e não vai comentar.
=^*
Me deixou com um gosto amargo da saudade do que não fiz, de quem esqueci até de telefonar!
Me deixou com um gosto amargo da saudade do que não fiz, de quem esqueci até de telefonar!
O tempo limita-se a nos olhar sem se mexer, de forma dura e contínua, com uma altivez desconfiada. E nós? Colocamo-nos perante ele, no ato inexplicável de contemplá-lo.
Caramba! Quanto lamento! Estou, inclusive, sentindo-me culpado pelo o que não fiz ou pensei (não)ter feito. As coisas acontecem e somos responsáveis por nossas vontades: ouvir um disco de Roberto em casa ou ir a um almoço em família aos domingos? Tomar uma cerveja pela manhã aos sábados ou dormir até mais tarde? Estudar ou amar?
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