4 de outubro de 2008

Homem é homem


"Homem é homem, menino é menino, macaco é macado e viado é viado", já disse Falcão. Pois pois. Tal continua a ser o argumento masculino para a falta de caráter, a escrotice e a ausência de honra ao mito do sexo forte. Traição, mentira, sentimentos volúveis? "Homem é assim", esfaqueiam. Não que seja novidade ou que eu queira voltar às discussões sexistas/feministas comuns neste bloguinho. É que a bestialidade e a futilidade masculina, marcantes em todos os níveis de "maturidade" das pessoas de duas bolas, assustam mais do que nunca. Em mesas, no ônibus, no trabalho, ouve-se os (auto)considerados garanhões comentando a sobra de mulheres e a conseqüente e gradativa ousadia das calcinhas no ataque. Divertem-se, mais do que nunca, nos seus contadores, que registram quantas moçoilas - com menos de 30, claro, afinal, "a carne vai caindo", disse-me um dos vermes recentemente - pegaram no fim de semana, mesmo que, de dez, seis tenham sido bonecas infláveis vivas ou peitos e bundas desprovidos de calor. Não que as meninas sejam superiores ou tenham menos desejo de viver aventuras sexuais, como eles pregam. Até porque nossos exemplares de saias mais jovens costumam beijar mais de uma boca por noite e se gabar dos garotões sarados "ingeridos". Mas nós, quando vamos adquirindo certo know-how sentimental, temos, ao menos, noção do que nos satisfaz de verdade, o que nos traz retorno. "Como assim retorno?", indagou um amigo canalha. "Orgasmos reais", tive vontade de responder (pra chocar mesmo! Grrrrr). Sim, porque não vemos graça em beijar vários na balada e voltar para casa vazias. Ou em sexo casual com monumentos de barriga tanquinho que não necessariamente mandem bem na cama. Sabemos o que é bom, e não perdemos tempo com aventuras tantas com graça pouca. Em vez de ficar com seis pares de braços malhados, a mulher pode optar por um caso sem cobranças com o magrinho discreto divertido e de boa pegada. E geralmente os que são bons mesmo não vestem tanto o personagem Pegador. Sinceramente, Pegadores dão asco. Ao ver o tipinho de camisa apertada, músculos à mostra, cabelo da moda e falta de olhar fixo (sim, porque estão sempre mirando as várias carnes do rodízio), a vontade é de atravessar a rua. Se homem é homem, mulher é mulher. E, para nós, o que vale é hombridade, charme e feeling. Algo muito além de corpo, números e tamanho.

4 comentários:

nobody disse...

pois eu pisaria neste inseto!

Anônimo disse...

Ainda bem que a escrevinhadora tem equilíbrio para evitar a generalização. E tem toda razão: essa raça de "pegadores" termina jogando em descrédito quem, de fato, prefere a atenção, o respeito e os "orgasmos reais". Gostei dessa, Rena!
Beijo

Breno Pessoa disse...

Concordo em número, grau e gênero (este último, sobretudo).

Anônimo disse...

curti essa parte: "...mulher pode optar por um caso sem cobranças com o magrinho discreto divertido e de boa pegada."