
Sagitário não tem jeito: pede chama. Daquelas com todo o ardor possível. Aquecer é a ordem; queimar talvez se torne a consequência. E daí? O elemento é fogo. E fogo é paixão. Não digo romance, turbulências emocionais entre duas (ou apenas uma) criaturas, mas o sentimento que instiga, que mexe e remexe, faz pulsar. E não é que a gente não viva sem ela. Mas paixão é fundamental quando se quer construir, agir, fluir, inflar. Quando se está acostumado a tal explosão, difícil é ser morno. Gosto de comida requentada, macarrão gelado e feijão azedo. Uma vez provado o churrasco, a brasa deve andar sempre acesa ou o paladar se anula a sabores vulgares. E nada mais triste do que se tornar insípido como água. Paixão para planejar, sonhar, fazer, pensar, acordar, trabalhar, produzir. Sem ela é só ser, estar, permanecer, continuar. Apaixonar-se pela vida é ver sentido em todos os lados e direções. E quem sempre teve precisa desse combustível. Falta carvão, acabou-se a festa. Mas há quem se contente com fumaça. E, pra bom entendedor, meia faísca basta.