28 de outubro de 2008
Pedras e tempos
Algumas coisas só parecem existir quando não precisam mais existir. É o caso da vesícula. Toda tão-tão-que-nem-nem no alto de sua inutilidade (com o perdão dos especialistas) que precisa se fazer ainda mais desnecessária para chamar atenção. Diferentemente das birras, gritos e arremessos de objetos tipicamente infantis, o orgãozinho fedelho precisa de pedras para jogar na sua cara. Umas pedras no meio da vesícula; no meio da vesícula, muitas pedras. Já vai tarde, preguiçosa. Há muito inútil; no avesso das horas do dia. Que, no início da vida, aparentam ser excessivas, demoradas e sem razão de ser. Ponteiros lentos. E, em poucos anos, se valorizam tanto que não servem mais para nada. Que venham mais; 30 horas talvez. Menos pedras, mais horas, nenhuma vesícula, todo o tempo. Acertemos assim: pedras nos relógios e vesículas para apreguiçar as horas do dia!
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e no balanço das horas tudo pode mudar
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2 comentários:
Já sofri esta Vesiculite toda, mas vem o doutor, e arranca de mim tudo, e me veio a paz.
Um beijo pra ti, visse.
Goody
Rena, com as pedras, vai-se também um pouco do peso desnecessário da vida...
Boa sorte!
Beijos
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