25 de outubro de 2009

É preciso paixão


Sagitário não tem jeito: pede chama. Daquelas com todo o ardor possível. Aquecer é a ordem; queimar talvez se torne a consequência. E daí? O elemento é fogo. E fogo é paixão. Não digo romance, turbulências emocionais entre duas (ou apenas uma) criaturas, mas o sentimento que instiga, que mexe e remexe, faz pulsar. E não é que a gente não viva sem ela. Mas paixão é fundamental quando se quer construir, agir, fluir, inflar. Quando se está acostumado a tal explosão, difícil é ser morno. Gosto de comida requentada, macarrão gelado e feijão azedo. Uma vez provado o churrasco, a brasa deve andar sempre acesa ou o paladar se anula a sabores vulgares. E nada mais triste do que se tornar insípido como água. Paixão para planejar, sonhar, fazer, pensar, acordar, trabalhar, produzir. Sem ela é só ser, estar, permanecer, continuar. Apaixonar-se pela vida é ver sentido em todos os lados e direções. E quem sempre teve precisa desse combustível. Falta carvão, acabou-se a festa. Mas há quem se contente com fumaça. E, pra bom entendedor, meia faísca basta.

14 de outubro de 2009

O passado mora ao lado




O passado mora ao lado...Ou seria o pecado? Passar é pecado ou pecar é o passado? Ora, mas, se passou, é porque já foi perdoado. E, se há perdão, tem futuro. Viver em penitência por ter deixado passar, de fato, deve ser pior do que cometer o pecado de revisitar o que já foi. E se vier de novo? Prepara-se para novos delitos, novos lamentos e mais perdões. Ninguém cansa de dizer amém sobre o passar dos erros, mas passar pelo mesmo martírio pode não ser exatamente o exorcismo de velhas dores. A solução seria, então, reviver o melhor de si em outrora, sem o mesmo medo de um futuro que já é. E dispensa legenda.